O jogo de ontem, no Olímpico, decidiu o que quase sempre se decide na final do gauchão: quem entre Inter ou Grêmio ficaria com o título pela enésima vez - novidade seria ter um time do interior - ao menos como coadjuvante. Portanto, o título decido ontem pouca importância tinha, correndo o risco, ainda, o vencedor de ter sua vitória confundida com suficiência para disputar campeonatos maiores. No entanto, Grêmio e Inter combalidos por uma humilhante desclassificação na Libertadores voltaram-se ao regional como quem tenta se virar com o que sobrou na geladeira. O que aconteceu em campo é o que faz o futebol ser um dos esportes mais emocionantes: imprevisibilidade.
O Internacional, um time com nomes pretensamente superiores tecnicamente ao Grêmio exalou até o primeiro da série de três GreNais um toque de bola envolvente, porém capaz de fazer passar o tempo sem mover o placar. Já o Grêmio um time consciente das suas limitações levou a cabo a tarefa de fazer o possível sem ser o melhor. E conseguiu, saíu do segundo jogo, no Beira-Rio, como vencedor, podendo decidir em sua casa o campeonato, de quebra contra um adversário que de favorito passou a ser quase zebra, trazendo, ainda, para dentro do Olímpico a consagração de Junior Viçoza, novo homem-grenal, e a derrota pessoal de Renan, uma espécie de síntese das grandezas e fraquezas do ser-humano, alguém capaz de fazer defesas incríveis e tomar gols inacreditáveis; tudo no mesmo jogo. Bem, então, justificaria que fossem confecionadas as faixas de Campeão. E os primeiros 25 minutos do clássico fez confirmar isso. O Inter precisando atacar, desde o início foi sufocado por um Grêmio que parecia querer golear mais do que ganhar o jogo. Porém, como o dono da casa não aproveitou as oportunidades criadas parando nas intervenções competentes de Renan que começava, com boas defesas, a tornar seu nome uma marca do jogo, para logo mais, com a vitória quase assegurada, falhar novamente e quase pôr tudo a perder. Então, o que era no início era derrota transformou-se em uma vitória para logo após, mesmo ainda sendo vitória, não garantir a conquista do campeonato sem passar pelos penaltis. E novamente a felicidade gremista ressurgia no horizonte quase com uma certeza, pois os penaltis seria, sobretudo um duelo entre goleiros opondo Vitor - defendedor contumaz e Renan que já se transformara novamente em Vilão ao soltar uma bola e ceder a Borges, o atacante desafortunado, a oportunidade do gol que o reabilitaria e que empurrara a decisão para fora do tempo normal. E, bem, nos penaltis a alternância da vantagem fez novamente a voltagem ser elevada ao máximo para tornar esse o Grenal mais emocionantes dos últimos muitos anos sem ser necessariamente o mais importante. Isso tudo, é claro, deixando como um capítulo a parte o duelo entre Renato e Falcão dois dos maíores idolos das dupla voltando como treinadores às equipes em que foram eternizados como craques.
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