terça-feira, 17 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
O jogo da emoção
O jogo de ontem, no Olímpico, decidiu o que quase sempre se decide na final do gauchão: quem entre Inter ou Grêmio ficaria com o título pela enésima vez - novidade seria ter um time do interior - ao menos como coadjuvante. Portanto, o título decido ontem pouca importância tinha, correndo o risco, ainda, o vencedor de ter sua vitória confundida com suficiência para disputar campeonatos maiores. No entanto, Grêmio e Inter combalidos por uma humilhante desclassificação na Libertadores voltaram-se ao regional como quem tenta se virar com o que sobrou na geladeira. O que aconteceu em campo é o que faz o futebol ser um dos esportes mais emocionantes: imprevisibilidade.
O Internacional, um time com nomes pretensamente superiores tecnicamente ao Grêmio exalou até o primeiro da série de três GreNais um toque de bola envolvente, porém capaz de fazer passar o tempo sem mover o placar. Já o Grêmio um time consciente das suas limitações levou a cabo a tarefa de fazer o possível sem ser o melhor. E conseguiu, saíu do segundo jogo, no Beira-Rio, como vencedor, podendo decidir em sua casa o campeonato, de quebra contra um adversário que de favorito passou a ser quase zebra, trazendo, ainda, para dentro do Olímpico a consagração de Junior Viçoza, novo homem-grenal, e a derrota pessoal de Renan, uma espécie de síntese das grandezas e fraquezas do ser-humano, alguém capaz de fazer defesas incríveis e tomar gols inacreditáveis; tudo no mesmo jogo. Bem, então, justificaria que fossem confecionadas as faixas de Campeão. E os primeiros 25 minutos do clássico fez confirmar isso. O Inter precisando atacar, desde o início foi sufocado por um Grêmio que parecia querer golear mais do que ganhar o jogo. Porém, como o dono da casa não aproveitou as oportunidades criadas parando nas intervenções competentes de Renan que começava, com boas defesas, a tornar seu nome uma marca do jogo, para logo mais, com a vitória quase assegurada, falhar novamente e quase pôr tudo a perder. Então, o que era no início era derrota transformou-se em uma vitória para logo após, mesmo ainda sendo vitória, não garantir a conquista do campeonato sem passar pelos penaltis. E novamente a felicidade gremista ressurgia no horizonte quase com uma certeza, pois os penaltis seria, sobretudo um duelo entre goleiros opondo Vitor - defendedor contumaz e Renan que já se transformara novamente em Vilão ao soltar uma bola e ceder a Borges, o atacante desafortunado, a oportunidade do gol que o reabilitaria e que empurrara a decisão para fora do tempo normal. E, bem, nos penaltis a alternância da vantagem fez novamente a voltagem ser elevada ao máximo para tornar esse o Grenal mais emocionantes dos últimos muitos anos sem ser necessariamente o mais importante. Isso tudo, é claro, deixando como um capítulo a parte o duelo entre Renato e Falcão dois dos maíores idolos das dupla voltando como treinadores às equipes em que foram eternizados como craques.
domingo, 15 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Manual de Normas de Conduta para o Brechó:
A História do Menino...
Quando chegamos um menininho me pediu dinheiro para ele comprar uma das bicicletas...
Comecei a descarregar o carro e a Márcia me falou que os guris que rondavam por lá já tinham roubado 2 tênis das sacolas....
Quando voltei para pegar mais coisas no carro, o menino continuava lá e disse que me ajudaria com as sacolas para eu dar algum dinheiro para ele comprar a tão sonhada bicicleta...
Porém, eu fiquei com medo do guri sair fugindo com elas... e disse que não precisaria e, quanto ao dinheiro, eu iria pensar...
Ainda no automático, retornando ao carro para buscar mais tralhas, meio atordoada com o frenesi dos compradores atacando os produtos e todos nós tentando separar e arrumar as coisas, vi o tal guri, ainda do lado do carro, em prantos... ele chorava e gritava dizendo que o cara tinha batido nele....
Daí que eu entendi, o cara (aquele que chegou primeiro e estava grudado nos eletrônicos) tinha batido em todos os guris que estavam por ali, pois ele escutou a Márcia dizer que eles tinham roubado os tênis.... Me deu uma dor no meu coração de ver a cena do menino chorando.... Um choque de realidades me paralisou e injetou em mim uma sensação de impotência perante a ?Lei da Rua?....
Depois desse episódio um dos tênis roubado apareceu e os pivetes, que realmente estavam ali para roubar, desapareceram...
Tomei meu posto entre os utensílios do lar e comecei as atividades...dali um pouco volta o menino... eu já estava pronta para dizer que não tinha nenhum dinheiro quando ele me mostra a mão cheia de trocados e me pergunta se aquilo dava para comprar a bicicleta....ele tinha apenas uns R$12,00 e a bicicleta custava R$30,00.... Percebi que o menininho era tão pequeno que, ainda, nem sabia contar.... disse a ele que deveria ter mais 2 vezes aquela quantidade, que ele juntasse mais um pouco e voltasse para negociar...
Passou mais um tempinho e volta ele com vinte e uns quebrados.... ia mandar ele juntar mais dinheiro, mas não resisti.... lembrei da cena dele chorando ao lado do carro pelos ponta-pés que levou do adulto....da distância entre as nossas realidades....e completei o valor da bicicleta .... queria muito que ele fosse uma criança um pouco mais feliz aquele dia....
E essa foi apenas uma das muitas histórias que vivi naquela praça...
Beijos,
Cris